.comment-link {margin-left:.6em;}

redemunho

sexta-feira, agosto 26, 2005

Lambe-sujo, Laranjeiras, Sergipe, setembro de 2004


Juliana Fontes - a Paspatu.

quinta-feira, agosto 25, 2005

El Franco Atirador convida para um combate

Não é que agora o Sr. Arnon Gonçalves, já sem mais idéia na cabeça, resolve expor livros que leu em sua trajetória literária. Hilário! É de suspeitar que um ser humano que acorda diariamente às 10 da matina almoça a 1 da tarde, e sai às 5 para o curso, tenha tempo para apreciar semanalmente um livro. Seja sobre arte ou literatura, o Sr. Arnon Gonçalves não teria capacidade de devorar obras que exigem atenções mais restritas. Livros que falam sobre filosofia pragmática, aspectos sociais da música popular brasileira, crônicas boêmias, tudo farsa!
No mínimo, e olhem leitores, no mínimo mesmo, esse cidadão dominaria e ao menos não teria paciência de ler e compreender tais obras expostas. Se o que é provável que só ele não entenderia, certamente anda pedindo para que parceiros intelectuais escrevam sobre o livro. Com uma desculpa esfarrapada, reescreve os ensaios e expõem-nos como se fossem algo seu.Cafajeste!
É evidente que isso é uma prova de sua mediocridade. Se não consegue, o que já não fazia com inteligência, escrever crônicas eloqüentes, agora coloca imagens de livros com mini-textos. Fácil! Fácil, prático, e prepotente. Metido se for mais plausível. Agora provavelmente vai andar por bares, entre rodas de poetas e intelectuais, achando-se do clã.
É válido lembrar o risco que essas pessoas correm ao manter um relacionamento com esse tipo de pessoa. Ele não respeita nem o pai. Após escrever uma crônica sem confronto de idéias, sem graça alguma, e ainda comentar que os bons do relacionamento familiares são as desgraças da vida, não leva em consideração as palavras sábias de seu criador: “Passarinho que não deve nada a ninguém está cantando no oco do pau”.
Não será que o próprio pai não previu tal deficiência. Não será que ao perceber a limitação do filho, disse de forma sarcástica e hilariante, como bom educador que é, frases de efeitos filosóficos.
Expor-se de tal forma, criando uma camada de pele, cobrindo-se com couro de falcões, camuflando-se como lagartos famintos, não o levará ao estrelato. Não é dessa forma que a pessoa alcança o reconhecimento do público. Então há de declarar: “Cortem-no a cabeça”.


El Franco Atirador






Tinhorão mostra o desenvolvimento da música no Brasil, abordando tanto sua contribuição social como "deixa claro do ponto de vista social e ideológico a realidade de dominação econômica traz para o povo dependente uma conseqüência cruel: ... o som importado leva os consumidores ao despreso pela música do seu próprio país.





aqui temos um mergulho profundo no universo da boemia da Zona Sul carioca, em que se cruzam artistas, escritores, jornalistas, intelectuais, mulheres liberadas, vagabundos profissionais e até executivos pais de família. Uma tribo que Carlinho integrou durante mais de 30 anos e da qual foi porta voz em crônicas primorosas.




arte,vida e cultura popular sofrem hoje destas divisões fortificadas e da conseqüente identificação restritiva da arte com as belas-artes. Minha defesa da legitimidade estética da arte popular e meu estado de ética como uma arte de viver visam ambos a uma redefinição mais democrática e expansiva da arte.

segunda-feira, agosto 22, 2005

Sempre teve festa no ap.

Dia dos pais. Segunda semana de agosto. 14 de agosto. Para alguns esse dia fica a gosto de Deus. O que é um pai? O meu ainda é vivo. Para alguns, os seus parecem nunca ter existido. Não recrimino a existência desse dia. Só não gosto muito devido ao meu completar aniversario um mês depois. Presente aqui, presente ali. Mesmo sendo com seu dinheiro.
Vivo em um país onde pais são simplesmente símbolos de instabilidades emocionais. As esposas carregam na testa: “fui traída”. São em novelas, filmes, séries, tornando-se elemento cultural. Casou-se e não foi traída, tem algo errado. Eles fazem, elas pagam. Não que as mulheres não cometam tal imprudência. Mas trair em si tratando de homem é “acontecer”. Não irei até o término do texto ficar prejudicando a imagem dos pais brasileiros. Existem também os fieis, os dedicados, eternos amantes que ainda mandam flores, botam-na pra dormir. Acordam cedo pra preparar uma comida e infestar a casa de cheiro de café.
Eu quero ser pai, quero ter um filho igual a mim. Sei que não existe, mas quero. Quero ir ao parque, no domingo, céu azul, sairmos juntos como dois heróis.
Eu tive a oportunidade de ter vários pais. Todos cuidaram muito bem de mim. Não que minha mãe tivesse outros maridos. O que digo sobre “pais”, foram tios que sempre estiveram ao meu lado. Nunca morei com o meu, mas não por isso não irei considera-lo como pai.
Ser um, é ser preocupação. É símbolo de trabalho, símbolo de dedicação aos filhos, símbolo de loucura. Pai acorda por qualquer barulho, principalmente com o trinco da fechadura: “Passarinho que não deve nada a ninguém está cantando no oco do pau. Isso são horas?”.
Não tive educação materialista: “Que blusa cara é essa? Não dou um centavo”.Algumas táticas para saborear um café fanfarrão.(Todos temos problemas financeiros): “Vamos aproveitar a liquidação de iogurte no supermercado”.
Algumas vezes precisei de sapatos novos:
- Pai, meu sapato furou.
- Passa uma cola que fica novinho.
Várias viagens com conforto: “Banheiro de ônibus fede demais. Porra, não dão descarga não?”. Sempre com orgulho dos filhos: “É um vagabundo, só quer farra”.
Nunca tive inveja de outros pais, por mais comum que pareça. Defeitos todos têm, alguns tem mais que outros. E eu sempre pensava: “Meu pai é muito louco”. Frustei-me algumas vezes por não tê-lo presente em festas colegiais. Depois percebi que não havia vantagem em ir a ambientes onde somente tinham pais com aspectos mórbidos; outro com ares psicóticos, débeis.
Não há graça em falar dos momentos belos da união familiar. As coisas engraçadas é que valem, as dificuldades. São nelas que vemos que todos somos um só.
Falar de pai não tem fim, mas não falar tem preço.
...


arnon gonçalves

Outros carnavais

Tive certa impressão de ter olhos voltados a mim. Repito: olhos para mim. Afirmo – com receio – quando estive na casa de praia de um amigo em um carnaval de desastres.
Vários amigos, vários conhecidos, vários desconhecidos. Seria ótimo ser alvo de olhares se não houvesse um ponto: eu estava acompanhado, e muito bem acompanhado. Era a mulher que escolhi ser minha eterna parceira.
Outro ponto: o que é a beleza e a graça diante de um relacionamento com os dias contados? Esforçamos-nos, mas tornando tudo muito cansativo. Sempre fui fiel, e naquele momento ainda mais. Até porque não queria dar fim ao relacionamento.
A mulher que não que estava disposta a um caos ao carnaval, importou-se pouco com a minha mulher.
Sorrisos cínicos, olhares reveladores. Percebi-a pouco depois de chegar à casa de veraneio. Escutei conversando com amigos sobre o motivo de estar lá sozinha – o noivo viajou para outro paraíso.
Seria isso uma mensagem oculta, algo que dominasse. Senti uma vontade louca de trair, conduzindo-a também à traição.
Em todas as situações de desavenças com minha parceira, lá estava ela a surgir. Revelava um diabolismo, pronta a dar um sorriso atravessado pelas costas da traída.
Em uma das noites, saímos todos à praia para escutarmos musica. Como uma cigana feiticeira, utilizou a infalível arma da dança como uma forma de seduzir-me.
Desviei olhares, mas ela sabia que isso era de pouca eficácia. Pensei: que mulher louca é essa? A minha já tinha notado, e comentou: Arnon, cuidado com os olhares. Tremi. Pensei em enfiar a cabeça em um buraco. Para dispersar a mente eu e outros poucos fomos obter prazeres em fontes artificiais.
No dia seguinte continuei envergonhado, mas não vacilei e fiquei em outros mundos, conversando com os presentes na casa. A noite proporcionara a todos uma caminhada na praia. Um descanso mental. Retornei para a casa sentindo uma exclusão das brincadeiras. Melhor, encontrei dois amigos sentados à mesa com garrafas de uma bebida que lembrava algo com limão. O rapaz disse que era barman em boates gays.
Entre conversas e risos a cigana chegou, e saiu do quarto, convidando-me para ir a uma festa. Recusei afirmando cansaço. Eu não seria louco.
Na manha seguinte, a poucas horas de partir, ela fez questão de falar da sua vida e seus sonhos. Mostrou-me pequenos fosseis, disse que era bióloga e prima do dono da casa. Disse que queria reencontrar-me. Não falei nada.


arnon gonçalves

sexta-feira, agosto 12, 2005

Porque não mais espero retornar

O caro Sr. Arnon Santos Gonçalves Filho não possui nenhum tipo de vergonha na cara e nem senso de persuasão. Tenta mobilizar mentes dispersas, tenta conduzir seus leitores a falsos prazeres. Tenta – com um pouco de classe – ludibria-los, com palavras caçadas meticulosamente em dicionários, ou com frases de efeitos pré-fabricadas. Sem nenhuma vergonha não tenta falar algo de original, algo que supre as necessidades dos poucos e fieis leitores. Aqueles que em ultima instancia, já sem mais nada para ler, até por consideração, dão uma lida nos textos.
Escreve textos falando de suas experiências desastrosas, com olhares atentos em tudo que está a sua volta, e tenta criar um mundo único, só dele. Pensa que só ele fez ou sabe das coisas. Tenta definir tudo e todos, achando-se o homem mais inteligente do mundo. Posiciona-se como um deus, que de lá do céu, determina em seus textinhos medíocres o que está certo e errado.
O Sr. Arnon Gonçalves que por sua vez perde seu tempo em leituras de escritores conceituados, e estuda com pouco ânimo um curso onde deveria, por obrigação, desenvolver asas para a comunicação, mente para si próprio, afirmando antes de seu sono que sabe e compreende tudo que lê e vive.
Faz de suas paixões uma arma – defeituosa ao que parece – para captar mais leitores. A prova que seus textos são de pouca aceitação, é a quantidade de mínima de opiniões, e o teor das mesmas. Outro ponto é devido à compreensão e mescla de idéias indecifráveis. Os leitores que aqui comentaram, são todos uns falsos-gentis. Não é uma agressão. A classificação (falso-gentil) vem da consciência dos comentaristas em crer que o “escritor”, ao saber das críticas dilacerantes, não conseguirá domar a situação e reverte-la em respostas à altura.
Outro ponto que mostra a prepotência do já citado autor, é a mostra de imagens e fotografias. A única imagem presente é um livro escrito por uma conceituada poetisa, onde, de forma pouco clara, diz ser este o livro mais por ele. Blasfêmia! Como pode vir a afirmar que o livro mais belo que leu, é um livro que trata de uma visão romântica quanto à morte. Ninguém pode falar de tal experiência.
Com relação às fotografias, expõe situações do cotidiano de pessoas desconhecidas, em expressões já vistas em outros retratos famosos. Copia sem pudor idéias já exprimidas por outros artistas. Não toma nem o cuidado de escrever textos explicativos, comentando onde, como, e quando fez o trabalho fotojornalistico. Não compreende o conceito da infografia. Resume todos os sentimentos e curiosidades em títulos poucos alusivos.
As crônicas não contribuem em nada com o intelecto dos leitores, trata com inexperiência, situações pouco eróticas, pouco atraentes. Textos grandes, e suas facetas inteligíveis não são atrativas aos caçadores de leituras.
Então, há de declarar: “Não leiam os textos do Sr. Arnon Santos Gonçalves Filho”.

El Franco Atirador

domingo, agosto 07, 2005

O livro que mudou minha vida


Demora-te sobre minha hora.
Antes de me tomar, demora.
Que tu me percorras cuidadosa, etérea
Que eu te conheça lícita, terrena

Duas fortes mulheres
Na sua dura hora

Que me tomes sem pena
Mas voluptosa, eterna
Como as fêmeas da Terra.

E a ti, te conhecendo
Que eu me faça carne
E posse
Como fazem os homens.


arnon gonçalves.

quinta-feira, agosto 04, 2005

palavras de amor


arnon gonçalves

esperar



arnon gonçalves

quarta-feira, agosto 03, 2005

Os paraísos soberbos da paixão.

Sempre soube que a boemia fosse fruto para a vida. Sair com amigos, encontrar falsos amigos, tudo pode na boemia. Passei dias tomando ares mais frios na noite. Ouvindo risadas, cantadas, percebendo olhares. Olhares que deslizam através dos copos – sempre cheios de falsos prazeres.
Passei momentos de cansaço. Cansei do não existir, de algo não feito. Mesmo assim sorri francamente à mesa. Senti coisas que poderiam vir a acontecer.
Andei me divertindo durante os últimos quinze dias. Bares, festas, mentiras, e carinhos. Quantos segredos guardados elas tem? Rir é coisa para poucos. Ainda mais rir das coisas que não aceitamos. Falsas aceitações, falsas esperanças.
Conversei com um amigo sobre a felicidade que tive ao saber do seu romance com uma “mulher grande”. Ele sempre curte os amores com esperanças de um fim. Tais conversas aconteceram em um novo ponto, com grupos de velhos jovens: Bom Bar.
Era o ultimo dia de dois grandes amigos. Um deles é da família. Tinha-se que criar despedidas, então tomamos todas. Captamos a essência uma noite antes.
Antes de chegarmos, encontrei aquela que criou uma vereda nos olhos de um desesperado amigo meu. Não tive tempo para conversas, mesmo as que dissessem a respeito do envolvimento ente ambos. Peguei uma carona até o tal novo ponto. Despedi-me às pressas.
Cheguei ao bar, sentei, percebi-a. Simplesmente a única. Gentil como sempre, uma eterna suspeita. Até dela cansei. Eu queria era pornografia. Sorrir com bobagens atraentes. Não resisti aos comentários:
- Olha que maravilha. – um comenta.
- É uma coisa né? – comento.
- Um espetáculo. Uma deusa, rapaz!
- Sempre foi assim, “estúpida”? – pergunto.
- Não duvide disso. (Comenta com uma certeza impressionante).
Copos contínuos, antigo prazer mal aceito. Percebi um antigo amor sorrir educadamente para uma provável jovem irracional. São tentativas frustrantes de conhecer um ao outro. Há vezes que percebemos seus movimentos.
Depois desvio meu olhar. Ela percebe que a observo. Passei então observar todos os presentes. Grupos formados por amigos de infância, parentes, parceiro da noite, ou de estudos (normalmente universitários). Todos sorrindo, admirando-se uns aos outros, também correndo o risco de surgir futuras desavenças. Da noite para o dia, como se fossem despedidas eternas: “Eu não falo mais com ele não”.
Tento – dentro do silêncio – observar as pessoas sozinhas. Uma, ao escutar do parceiro uma opinião sobre a “ex”, demonstra pouco interesse. Acende o cigarro e vira a cara. Tenta descobrir algo a mais que o comentário do parceiro. Tenta ser maior que a outra. Ela também percebe que a observo, fazendo uma cara de interrogação – continuando com o mesmo ar de morbidez. Novamente mudo o rumo do olhar.
Voltei a olhar a moça das exuberantes curvas. Teu distante olhar fez com que eu comentasse com um outro amigo algo que todos percebem, mas que poucos fazem pra ajudar: “Companheiro, é impressionante o desprezo com que ela muitas vezes recebe. Ela é muito silenciosa, e isso deve causar um incomodo em outros”. Ele somente concordou balançando a cabeça. Percebi que ele estava pouco sóbrio. Percebi-a também sentando em outra mesa. Que procures outro parceiro, que encontres novos assuntos para conversar.
Por um breve momento sai para conversar, tudo à base de naturezas ludibriantes. A normalidade não era algo a se suportar. Engraçado é ouvir comentários sobre as “caras feias” (demonstrações de ciúmes quanto aos olhares dos conquistadores).
Demorou muito para que todos tomassem coragem de continuar na diversão. Aos poucos, um a um puxavam trocados para pagar as contas. Uma hora triste. As despedias sempre são tristes. Retornei para casa sabendo que haveria retorno.

relógios da praça


arnon gonçalves

Minha barca desliza.

Eu não sei se essa sensibilidade é algo enraizado em nos, ou é muita coincidência, mas o que me impressiona no Brasil – e não só a mim – é a maestria do músico ou letrista brasileiro em transpor com tanta sensibilidade em aspectos fáceis (isso visto de um ponto individual) ou mesmo geral, a própria vida do cidadão deste país, e suas necessidades.
Um país cheio de problemas, músicos – seja em qualquer época de desenvolvimento da música aqui – esquivam-se diante das tristezas que pessoas mal intencionadas proporcionam.
Falam sobre amor, sobre luta, “levantar sempre”. O músico brasileiro cria “ânimos” com nossos problemas, tira das desgraças panos escuros que se colorem com efeitos atraentes, expelindo ares afrodisíacos – aspirados pelo próprio personagem da obra. Ele cheira, sente, percebe-se.
Os que falam de amor, sentam, lutam pra escrever, lembram dos antigos relacionamentos, ou até nos que poderão conquistar. Esses podem ser comparados a outros estrangeiros, mas não é a mesma coisa. O amor brasileiro possui um charme nu.
Aos que falam do social; trazem a ginga, malandragem, a sensualidade. Muitos mesclam com as paixões avassaladoras, com refúgio na bebida – sendo uma forma de apego. Mostra como o pobre ludibria os defeitos da pobreza, tomando sempre a felicidade o ponto inicial. Algumas vezes a felicidade parece ser uma camada que encobre a música. Como um barco que, mesmo ao balançar, torna-se chão na maciez que é a música-mar.
Ainda tem os que por forças mais descendentes, elevam-se em movimentos corpóreos, conduzidos por uma “trama ritmada dos tambores”. Nesses a música ganha forma. Os pés fazem o compasso, na boca sai o canto, os braços se infiltram no silencio entre uma batida e outra, o quadril transpira a sexualidade ali contida.
(Isso somos eu e você.)

meninas


arnon gonçalves