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redemunho

domingo, outubro 30, 2005

Bravo! 2º ato

Neste circo enfeitiçado, mostrarei você: a cadela dentro da minha jaula. Latirás eternamente sem que todos percebam seu medo do depois. Rirão de você com a mesma graça com que tiveram ao ver aquelas moças voadoras; balançando de um lado para o outro lado do nada.
Seu único momento de liberdade será ao abrir a jaula. Meu sorriso precede a dor. Direi: Sai, sai daí de dentro cachorrinha! Late para todos ouvirem! Vai!
Não dará tempo de você sentir a cabeça como início do fim. Eu sei que você quer fugir, eu sei. Puxarei você para o picadeiro somente com um leve toque na orelha. Acredito que lembre o que é apanhar. Naquele momento eu serei um gentil adestrador. Adestrar quem somente late não é maldade.
Com leveza fará o que o mestre ensinou. Andar com duas patas, saltitar, pular, rolar ao chão, e então, palmas. Muitas palmas meu grande público! Vejam que esperteza de cadela!
Pêlo branquinho, olhos incertos debaixo de um céu colorido. Todos animais obedecem, você não? Não tenha rebeldias. Eu sou a rebeldia que surgirá em você!
O mágico sempre me olhou com respeito. Vê-me, e me verá como o maior mestre a se seguir. Mas eu tenho medo dele. Um medo que me faz dizer isso a você; mesmo que ele ainda não tenha te dado forças para fugir em transforme de mulher:

Canta! Canta nosso amor: meu nome no seu. Sorria, agora eu sou você. Mande avisar a todos que nos existimos. As cabras na grama parecem mais iguais do ontem. O brilho púrpuro cairá das estrelas e a tomará, deixando-a candente.
Beijos cancerosos são cançonetas. Seu ouvido gelará depois do meu beijo: molhado seguido de sussurros.
Cheiro-te toda – força para ser; parar ser; para você; parar você. Parar? Grite baixo! Baixo.
Faça com que eles tenham temor do não amar. Terminou?Vá lá e chutem-os em todas as partes de seus corpo.


arnon gonçalves

Gaiolas dos loucos


arnon gonçalves

segunda-feira, outubro 24, 2005

Alerta!

para que não haja loucuras em sua mente, os textos ganharam posições diferentes. isso devido a ordem de idéias que há nos mesmos.

arnon gonçalves

Essa negra fulô

Fala dos belos como seus pecados em sentimentos de folhas amarelas. Rouba deles as luzes que surgem entre as árvores, caídas ao chão. Poder de fazer com que eles morram abraçados a ela, sentindo a beleza de tuas coisas escondidas. Revolta é acreditar que não pode. Diz do futuro amor próximo como uma bobagem única, como as crianças. Desprezam-os em cortantes beijos de espera.
Recusada: laços vermelhos de seus olhos a prender os pulsos injuros.
Jaula de fronte ao mar de pecados. Domador fanfarrão chicotear seus sonhos noturnos. A zebra dá voltas e voltas, não relincha, não anda ao contrário, somente permanece zebra.
Senti-se só em seus famintos dentes que cruzam sonho e silêncio. Seus olhos verdes estão em muitas páginas de livros pecadores.
Prazeres estão em cheiros de fracos rosados, na saliva brilhante do sorridente inglês. Olha na teta da caprina aquilo que vem como a cesta de betúlias comestíveis.
No quadrado brilhante, segue o caminho que se afasta de tudo. Retêm na janela, pequenos pedaços desse luminoso sonho branco. A bailarina com cegos pés no expansivo ódio lança um frio lençol e acaricia o peito do inimigo pela coragem.
Destranquem as portas! Por favor, destranquem as portas! A água sobe! Deixe o peixe cantante sentir o som da água que choca nos seus pés, atingindo a parede quente; lavando tudo de sujo.
Pedir socorro já não mais adianta. Cair no campo de flores é sentir aroma sedutor, espinhos venenosos, cores dançantes; risco de amar.
Deixa-la: mentir à alma o sonho mais ardentes no balanço de areias menos volumosas.

arnon gonçalves.

quinta-feira, outubro 20, 2005

Você me paga quanto?

A partir de hoje terei uma nova fonte de renda: babá de bebum. Bebo e os outros perdem as estribeiras. O melhor é que sempre cuido de pessoas que somente conheço na noite da bebedeira. Encontros casuais e noturnos.
Antes ao exercício da função de babá, não tenho nenhum tipo de intimidade com o escolhido. O que na verdade acontece é que não escolho. Conheço amigo dos bêbados, e esses tais parceiros da noite acabam ente uma conversa e outra, largando o debilitado no chão.
É festa, baile, churrasco, bar, sempre tem o bebum para surgir como um karma. Estou recolhendo documento, nomes, endereços dos dandis da cachaça. Com tudo recolhido, problema de menos. É só ligar para as mães que elas vem buscá-los. A agenda ainda está no começo, mas como não pretendo largar as noitadas, daqui a uns anos estarei no guinness.
Pensar que cuidar de mulher bêbada é fácil, engana-se. Umas choram, outras só vivem lamentando o erro. Tem aquelas que passam minutos te olhando:
- Quem é você?
- Prazer, um anjo da guarda.
- Estou bêbada.
- Que nada! Impressão minha.
- É sério.
- É serio mesmo.
Evidente que algumas sempre cedem às cantadas mais ridículas, e acabam até trocando beijos.Vale lembrar que beijo de bêbado não é beijo, é coincidência. Acordam no melhor da festa e começam a rir sem parar. Espero que não estejam rindo de mim.
O melhor é encontrar os bêbados – que agora sóbrios – unidos:
- Oi, tudo bom?
- Tudo.
- Obrigado por cuidar de mim.
- Sem problema.
- Ele também já cuidou de mim.(outro diz).
- É mesmo? (responde a anterior).
- Já, também.
- Que massa.
- É, muito bom. Aliás, já melhorou? (pergunto à segunda).
- Sim!
- Que bom.
Estou pensando também em montar uma empresa de Apoio de Bebum de Plantão (ABEPLA). Com o slogan: “Ficou bêbado? Ligue 0800 e chame o secretário do bebum”. Dá pra descolar uma graninha. Esperando meia hora em um evento, eles sempre surgem: “Esta festa está demais. Vamos dançar”. Acabam sempre puxando uma mulher para pagar a prenda. Como quase nenhuma topa, acabam eles indo sentar num canto sozinhos. É um lamento, um chororô. Daí o que acontece? Manguaça. Estou ficando famoso, daqui a pouco andarão dizendo: “Olha lá a babá”.
O engraçado é que quando tomo várias, ninguém está presente pra ajudar. Mas, como dono de bar não bebe, quando abrir a empresa não tomarei mais nenhuma. E irei cobrar a hora.
Então, antes de tomar “uma”, pense nos gastos com a cachaça e nos gastos com a babá.



arnon gonçalves

quarta-feira, outubro 19, 2005

Rap, r.i.p.?

Odiado e perseguido pelos mais incultos teóricos da cultura, o rap cresce como a maior forma de protesto musical da sociedade dos últimos 20 anos. Protestos contra a pobreza, o preconceito racial e a perseguição, são elementos utilizados em um estilo musical que compõe uma forma artística popular com outros fartos elementos característicos enquadrados em uma estética contemporânea: a mistura de estilos como forma de reciclagem, onde há uma seleção e combinações melódicas de partes de faixas musicais já criadas e gravadas até por outros músicos – sejam eles famosos ou não; a utilização dos meios tecnológicos, e a adesão da cultura de massa.
Tratando da situação de posse e/ou remontagem de outras canções, o rap põe em questão a posição da obra de arte como um todo orgânico, onde a separação de elementos sonoros já não é uma destruição do todo da obra. Coloca que, a criação e o empréstimo são formas compatíveis mesmo que a ideologia da originalidade elimine o fato da obra de arte ter sofrido influências.
Proveniente da classe suburbana norte-americana, diretamente à influência africana, no que diz respeito ao ritmo, o rap é uma vertente do disco, movimento criado na década de 70 nos EUA, mais precisamente nos guetos nova-iorquinos: Bronx, Halen e Brooklin.
O rap adentra na sociedade trazendo consigo todas as perseguições e discriminações sofridas, embalado em letras discursivas densas e agressivas, ritmo repetitivo, canções faladas ou recitadas – como em poesias. Inclui-se aí um conjunto cultural que agrega entre outros: o break, o graffiti e a moda. Todos denominados de “hip hop”.
As discriminações surgidas quanto ao teor das letras, são referentes aos abusos de palavras que exaltam a violência e em outros poucos casos, a sexualidade. Tais pontos, se comparados com o todo produzido no surgimento do estilo no começo da década de 80, são características mais perceptíveis em raps executados nestes últimos anos, mais precisamente nas canções criadas por músicos norte-americanos, ou em menor escala, por músicos europeus e sul-americanos. Também por parte dos norte-americanos, há uma ostentação à riqueza. Essa característica surge como forma de inspiração, onde a saída do gueto à ascensão financeira e o status, são elementos palpáveis a todos de uma classe inferior. Indiretamente, a sexualidade feminina ganha forma como uma porta de entrada neste mundo próspero. Isto é, mais demonstrado em apresentações de clipes musicais, sendo essa a forma aliada de intensificação das idéias.
Posicionando-se dentro da ótica nacional – devido às diferenças quanto a outras criações internacionais – o rap brasileiro em sua trajetória, em boa parte, tratou de expor todas as vivências e dificuldades, tanto do próprio autor da composição, quanto da comunidade onde vive.
Evidente que no caso dos rapers expressarem algo particular - envolvimento com a criminalidade, droga, racismo e exclusão social – é uma forma prática de mostrar que um elemento (ou pessoa) define o todo. É como se tais formas repressoras fossem algo comum entre todos da comunidade. Havendo assim uma má compreensão por parte de pessoas de outras classes sociais, ou de outras tribos musicais. Isso não se eleva ao todo, como já demonstrado em mesclas de músicos de rock com o próprio rap, ou ainda em samplear (mesclar trechos musicais) elementos do jazz na própria canção.
Afirmar uma posição social superior pela música é uma tradição negra. Ambigüidades, estratégias de oratória, paródias ocultas, são distanciamentos da discriminação dos brancos, criando assim formas imperceptíveis de entendimento, colocando o rap a rivalizar em obras ditas superiores; não incluindo aí a música erudita, mesmo em ambos os movimentos musicais havendo aproximação quanto à união, ou mesmo, resgate de elementos folclóricos ou composição de elementos alusivos.


arnon gonçalves

terça-feira, outubro 18, 2005

El Franco Atirador segue para um combate sangrento.

Ando igual à barata tonta lendo textos de dar calafrio, poéticas baudilerianas, olhares em perspectiva espaciais. Mas, o que tem me assustado é ver que o “fotógrafo” e animalesco Sr. Arnon Gonçalves anda desconstruindo.
Vários pedem para que eu critique textos e imagens, acreditando eles que compreendo muito de tais focos. Se pouco compreendo – é o que acho – tão menos é o desorientado escritor a que venho criticar.
Após minha última vinda, percebi que o plástico Arnon Gonçalves não anda com muito determinismo em sua vida artística.
Anos de leitura e muita sensibilidade, fizeram com que percebesse que ele, como não muito pra onde ir, começa a expor seu lado mais estupefato. Tornar público algo que não sabe fazer é ser exposto ao ridículo. É por a cara na praça pra levar tomatadas. Admiro pela coragem, entristeço pela mediocridade.
Recomeça com exposição fotográfica desfocadas, pouco angular, insensíveis, e muito exemplares. Muito exemplo de inexperiência.
Sei que a sabedoria está no testar, mas pelo que bem soube, o Sr. Sabe-tudo já tem envolvimento com a fotografia desde muito jovem. Tanto o pai, quanto a própria irmã, são pessoas estudadas no assunto. Além do mais, seu envolvimentos com fotógrafos poderia contribuir de alguma forma com seu crescimento.
É inadmissível como permitem a entrada deste miserável (desculpem a palavra) em elementos de tais grandezas, com bandas que mais parecem ícones musicais. Ainda por cima escreve um texto, em uma tentativa de mostrar que sabe e escreve prosa poética, que demonstra que fará o máximo para captar os tais “representantes da nossa música”, ou melhor: nossas “vozes em conjunto”. Se ele toma partido de demonstrar estatisticamente – como o próprio diz – músicos e bandas sergipanas, então ele está no caminho errado. E como pode utilizar uma técnica fotográfica onde somente grandes mestres ousam construir, que são os movimentos em desfoque. É óbvio que não foi intencional. É claro que houve erro ocular. Não sabendo manusear a máquina, acabou estragando algo que seria de grande utilidade para seu futuro.
Enfim, passaremos este ponto. Comentarei agora algo que me fez derramar lágrimas.
O soberbo Arnon Gonçalves tentou dar uma de Bucowski, ou mesmo dar um ar Rodriguineano ao texto de estratégica apreciação: o tal diário pornô. Não conseguiu!
Vejam:
Ele somente tem duas opções. Uma é mentir; criar algo que não pensa ou nunca viveu. Outra é falar a verdade. E se tudo o que ele falou condiz com sua personalidade, então Deus: ele está louco.
Que falta de classe escrever pornografias, colocando a mulher em uma situação de tanto desrespeito. Tratando a mulher como objeto; como algo que pode ter e jogar fora.
Isso não são coisas que se deva fazer. Algo de tamanha proporção pode ferir sua imagem diante dos poucos apreciadores que aqui comparecem. Uma lástima!
Outro ponto que surge como “estranho momento”, é a crônica que, insistentemente escrita em prosa poética, fala da relação amorosa de algum casal não identificado. Acredito que seja sobre alguns parceiros que ele pouco conhece. Isso é claro, já que é perceptível o distanciamento íntimo quando escreve sobre alguém.
Não acredito que o Sr. Arnon Gonçalves tenha capacidade de escrever sobre amigos. Tal situação surge devido à falta de interesse em conhecer aqueles que estão a sua volta. Acontece.
Com relação a essa parte do texto, o que aparenta é a cópia – despreocupada – de estilos literários escritos por ingleses e franceses. Será que esta multiplicidade estilística demonstra de fato as várias faces dessa lagartixa de escritor? Será que tais descrições comportam a verdadeira história que segue?
Então, há de declarar:
- Meu Deus, o que é isto!


El Franco Atirador.




segunda-feira, outubro 17, 2005

Diário de um canastrão. 1º movimento

Diário de um canastrão
Parte I:

"Não quero amigos".

Não estou bem. Já não estou bem tem mais de um ano. Rodo pra cá, vou pra lá, e só sou cordialidade. “Vamos para casa de fulano. Vai rolar um encontro entre a turma”. Surge o convite. Penso: “Lá vou eu passar a noite a zumbir como mosca de padaria”.
Pergunto a vocês meus 8 leitores: “Tenho cara de pateta”?
Já não agüento sair de casa e pensar na possibilidade de fazer mais amizades.
Linda, maravilhosa, inteligente, sensual, tudo, e nada. Tudo, de longe. Nada para mim. Sento e começa:
- Adoro ler Rimbaud.
- Também. Gosto muito do “Lê Bateau ivre” – respondo.
- Nossa! É o meu preferido.
- E o Rilke?
- Amo! Nossa, como ele é sensual!
Chega ao final da festa:
- Acho a amizade essencial – Ela diz.
- É um amor.
- Você é tão sensível à amizade.
- Sou uma coisa.
A partir de hoje tomarei as devidas proporções de chegar calado, tomar todas, e armar barraco:
- E aí gata?
- Oi, tudo bom?
- Você está deliciosa.
- Obrigada.
- Oh, cicrano, diga aí ela não está uma coisa?
- É maravilhosa – responde.
Ela sai, e penso: “Vai tesuda”.
Irei às festas sempre intencionado. Ou pego ou não pego Sair de casa só para conversar já não é minha praia. Agora é assim, o jogo tem que ser jogado.


Diário de um canastrão
Parte II:

“As putas são fieis”.

Só tenho amiga gostosa. Corpos perfeitos, carinhas de anjo, mas um bando de antiesportista. Sabem que tem um grande amigo, um cara extremamente fiel, um lord tupiniquim. E acabam sempre ficando em dúvidas.
Estou estudando formas mais eficazes de aproximações íntimas – métodos raparigueiros. É chegar destruindo!
Neste lado as putas são fiéis. Já me provaram. Não que eu tenha utilizado seus trabalhos.
Entrevistei várias delas. Todas deliciosas e fiéis. É só pagar. E curtem tudo. Sempre com dengo e fidelidade.


Diário de um canastrão.
Parte III:

“Bundas pra que te quero”.

Adoro ancas. Corpos felinos, rebolados transeuntes. Um dia passa provocante, no outro, recatado. Mas sempre atraente.
Vivo no país do prazer traseiro. O prazer do depois. É igual à bebida: o prazer ao final do gole.


Diário de um canastrão
Parte IV:

“É jogo andar com viado”.

Todo viado sempre anda com amigas gostosas. Se você vai a uma festa e vai só, chame seu amigo gay. Sensível, inteligente, muitos são boa pinta. E todos sempre andam com gatas. Que por uma coincidência, sempre estão a sós, sem parceiros.
É só jogar uma firula que eles sempre conseguem um jeito para que elas fiquem com nós, pobres safados.


Diário de um canastrão
Parte V:

“Mulher gosta de homem safado”.

Toda mulher gosta de fazer charme: “Adoro homens sensíveis”. Mentira! Mulher adora uma sacanagem. Putaria das boas. Adoram ir pras festas e tirar um bom sarro no quarto do amigo. Adoram umas boas pegadas no meio da galera. Uma sacanagem no cinema.
Viver cultuando o certinho: “Esse é pra casar”. Tudo lorota! Quando saem pra diversão, as amigas fazem logo o primeiro comentário:
- Quem é aquele homem?
- Que cara de safado!
- Ave Maria, o que é isso? – outra diz.
Escolheu logo os que curtem uma sacanagem. Aqueles que vão com as melhores intenções, acabam no fundo do mar.

arnon gonçalves