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Pedras dentro das barcas
De que são feitas as portas que os separam? Que madeira grossa é essa que os impede de tocar um ao outro? O que não chegou a eles, é estarem a ver o movimento dos pássaros entre as nuvens. Dentro de um céu azul, terem o mesmo olhar.
Ele quer perder a liberdade nela, ela quer perder-se nele, com liberdade.
Dunas, rio, mar, árvores; nada serve para ata-los. Quão vasto o mundo que não os aproxima? Corpos brancos nus sem espelho. Ânsia, sede, caminho em névoa, tudo sem nada. Veredas nebulosas com prados pássaros à espreita. O oculto ronda e faz girar as mentes.
O silêncio dela, nele, torna-se som. Uma voz que não fala, vibra em mistério. Quão é vasto o mundo das carícias corpo-coração?
Revoada de ódio de não tê-la. Descarrilo de trem nos corpos à beira das árvores.
Ele quer repousar e sacia-la. Ela quer sacia-lo e repousar. Venera como uma virgem. Venera-o como Ele.
Noites indormidas a pensar no outro. Dias em claro ao desejo de acordar ao lado – conheço-nos há pouco tempo. Esse pouco – que muito é em mim – trouxe o bem estar de sonhos cruzados.
Separados – juntos. Juntos – separados. Isso trás homens a fincar amores aos pés dela. Trás damas ao encontro com o inesperado nele, dele. Tardiamente trazem o que já têm dona. Ajoelham-se diante dela, sentindo portas abertas. Feras e cálice para ele, Rei com Rainha.
Perder-se neles, é ter encontrado algo que não tenho. Perder-se neles, é o querer que o mundo tenta encontrar. Quão é vasta a medida desse sonho? Acredito que a resposta é vê-los. Um a olhar o outro.
arnon gonçalves.
Suja Bruxa
arnon gonçalves
Triste Fim de Rosilene
arnon gonçalves
Friendship
arnon gonçalves
Máquina Blues
arnon gonçalves
Retrofoguetes-BA
arnon gonçalves
Manbojó
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Naurêa
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Os Verdes
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Plástico Lunar
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Maua
arnon gonçalves
Friendship
arnon gonçalves
Para fatos e fotos não há comentários?
Poucas fotos, muitos movimentos. Minutos, horas, olhares atentos ao menor grito, a maior revolta. Socos ao ar, suor brilhante a alagar o chão.
Um começo difícil de desenvolver um trabalho onde, entre muitos ofegantes, captar o melhor objeto de glória: ser música.
É preciso muito espaço para um bom momento, uma boa foto?
Não tenho certeza ainda do sentido desses gritos. Uma das poucas que sobram, estão no ultimo sorriso ao final da música.
Começarei a expor fatos e fotos daqueles que representam a atual música sergipana. Tentarei remontar visualmente as paixões e revoltas interpretadas em movimentos e gestos - agora estáticos.
Que tudo seja futuro distante. Que minhas curtas fotos registrem o que aconteceu com eles – nossas vozes em conjunto.
São eles que dizem coisas daqui, com sentidos idênticos. Sei que nem sempre chegam em todas as mentes. Esforços não faltam.
Nem meu, nem deles.
Obrigado,
Arnon Gonçalves.
Suja bruxa
arnon gonçalves
Máquina Blues
arnon gonçalves
Triste fim de Rosilene
arnon gonçalves
zefinha teta cabeluda
arnon gonçalves