.comment-link {margin-left:.6em;}

segunda-feira, outubro 24, 2005

Essa negra fulô

Fala dos belos como seus pecados em sentimentos de folhas amarelas. Rouba deles as luzes que surgem entre as árvores, caídas ao chão. Poder de fazer com que eles morram abraçados a ela, sentindo a beleza de tuas coisas escondidas. Revolta é acreditar que não pode. Diz do futuro amor próximo como uma bobagem única, como as crianças. Desprezam-os em cortantes beijos de espera.
Recusada: laços vermelhos de seus olhos a prender os pulsos injuros.
Jaula de fronte ao mar de pecados. Domador fanfarrão chicotear seus sonhos noturnos. A zebra dá voltas e voltas, não relincha, não anda ao contrário, somente permanece zebra.
Senti-se só em seus famintos dentes que cruzam sonho e silêncio. Seus olhos verdes estão em muitas páginas de livros pecadores.
Prazeres estão em cheiros de fracos rosados, na saliva brilhante do sorridente inglês. Olha na teta da caprina aquilo que vem como a cesta de betúlias comestíveis.
No quadrado brilhante, segue o caminho que se afasta de tudo. Retêm na janela, pequenos pedaços desse luminoso sonho branco. A bailarina com cegos pés no expansivo ódio lança um frio lençol e acaricia o peito do inimigo pela coragem.
Destranquem as portas! Por favor, destranquem as portas! A água sobe! Deixe o peixe cantante sentir o som da água que choca nos seus pés, atingindo a parede quente; lavando tudo de sujo.
Pedir socorro já não mais adianta. Cair no campo de flores é sentir aroma sedutor, espinhos venenosos, cores dançantes; risco de amar.
Deixa-la: mentir à alma o sonho mais ardentes no balanço de areias menos volumosas.

arnon gonçalves.