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quarta-feira, agosto 03, 2005

Os paraísos soberbos da paixão.

Sempre soube que a boemia fosse fruto para a vida. Sair com amigos, encontrar falsos amigos, tudo pode na boemia. Passei dias tomando ares mais frios na noite. Ouvindo risadas, cantadas, percebendo olhares. Olhares que deslizam através dos copos – sempre cheios de falsos prazeres.
Passei momentos de cansaço. Cansei do não existir, de algo não feito. Mesmo assim sorri francamente à mesa. Senti coisas que poderiam vir a acontecer.
Andei me divertindo durante os últimos quinze dias. Bares, festas, mentiras, e carinhos. Quantos segredos guardados elas tem? Rir é coisa para poucos. Ainda mais rir das coisas que não aceitamos. Falsas aceitações, falsas esperanças.
Conversei com um amigo sobre a felicidade que tive ao saber do seu romance com uma “mulher grande”. Ele sempre curte os amores com esperanças de um fim. Tais conversas aconteceram em um novo ponto, com grupos de velhos jovens: Bom Bar.
Era o ultimo dia de dois grandes amigos. Um deles é da família. Tinha-se que criar despedidas, então tomamos todas. Captamos a essência uma noite antes.
Antes de chegarmos, encontrei aquela que criou uma vereda nos olhos de um desesperado amigo meu. Não tive tempo para conversas, mesmo as que dissessem a respeito do envolvimento ente ambos. Peguei uma carona até o tal novo ponto. Despedi-me às pressas.
Cheguei ao bar, sentei, percebi-a. Simplesmente a única. Gentil como sempre, uma eterna suspeita. Até dela cansei. Eu queria era pornografia. Sorrir com bobagens atraentes. Não resisti aos comentários:
- Olha que maravilha. – um comenta.
- É uma coisa né? – comento.
- Um espetáculo. Uma deusa, rapaz!
- Sempre foi assim, “estúpida”? – pergunto.
- Não duvide disso. (Comenta com uma certeza impressionante).
Copos contínuos, antigo prazer mal aceito. Percebi um antigo amor sorrir educadamente para uma provável jovem irracional. São tentativas frustrantes de conhecer um ao outro. Há vezes que percebemos seus movimentos.
Depois desvio meu olhar. Ela percebe que a observo. Passei então observar todos os presentes. Grupos formados por amigos de infância, parentes, parceiro da noite, ou de estudos (normalmente universitários). Todos sorrindo, admirando-se uns aos outros, também correndo o risco de surgir futuras desavenças. Da noite para o dia, como se fossem despedidas eternas: “Eu não falo mais com ele não”.
Tento – dentro do silêncio – observar as pessoas sozinhas. Uma, ao escutar do parceiro uma opinião sobre a “ex”, demonstra pouco interesse. Acende o cigarro e vira a cara. Tenta descobrir algo a mais que o comentário do parceiro. Tenta ser maior que a outra. Ela também percebe que a observo, fazendo uma cara de interrogação – continuando com o mesmo ar de morbidez. Novamente mudo o rumo do olhar.
Voltei a olhar a moça das exuberantes curvas. Teu distante olhar fez com que eu comentasse com um outro amigo algo que todos percebem, mas que poucos fazem pra ajudar: “Companheiro, é impressionante o desprezo com que ela muitas vezes recebe. Ela é muito silenciosa, e isso deve causar um incomodo em outros”. Ele somente concordou balançando a cabeça. Percebi que ele estava pouco sóbrio. Percebi-a também sentando em outra mesa. Que procures outro parceiro, que encontres novos assuntos para conversar.
Por um breve momento sai para conversar, tudo à base de naturezas ludibriantes. A normalidade não era algo a se suportar. Engraçado é ouvir comentários sobre as “caras feias” (demonstrações de ciúmes quanto aos olhares dos conquistadores).
Demorou muito para que todos tomassem coragem de continuar na diversão. Aos poucos, um a um puxavam trocados para pagar as contas. Uma hora triste. As despedias sempre são tristes. Retornei para casa sabendo que haveria retorno.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Bombar hein?!
hihihihihihihihihihih
Esses bares com cerveja barata nao levam a nada :)
Gostei do texto...
Acho engracado ler o que se passa na sua cabeca...Parece que eu tou ouvindo a sua 'voz de locutor de radio' falando tudinho.

1:29 PM  
Anonymous Anônimo said...

E a vida continua...essa noite se foi e outras ainda virão, muitas ainda virão. Pode ter certeza. O mundo dah tantas voltas...a gente nem percebe, pois ele gira taum rápido que a gente naum consegue perceber.
Essa noite foi foda...ainda bem que voltamos pra casa.
Xero

1:57 PM  

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