.comment-link {margin-left:.6em;}

terça-feira, janeiro 10, 2006

Esse ponto

Ter cadeiras postas em simetria com a sombra que ocupa metade da sala, era um sinal de cuidado. Madeira vermelha, limpa; conservação era ato que o homem deveria sempre carregar ao sempre. Cortinas sempre aberta; vento a arejar a casa: “casa fresca”.
O Sol sempre bateu na janela; o cuidado com a mobília era diário. O quadrado de calor surgido no espaço da janela entreaberta é a recusa à preservação das pequenas coisas que surgem no sabor do cansaço.
No meu pequeno lugar não se projeta tais ensinamentos. Ou sim? A aridez das coisas se comporta em sua instabilidade; mudam sempre de lugar ou de posição. Mas isso é uma nova forma de deixar tais coisas comportadas.
O Sol também cai pela minha janela. Cai por cima da comodidade noturna da minha cabeça.
Agora as coisas estão mudando aos costumes criados por hábitos programados; surgidos por outros hábitos vindo de outros hábitos, surgidos de outros hábitos.
Sugerir o quê? Deixar? O que era para unir transformou-se em “unir”. Une isso-antes ao aquilo-agora: unidade.
Na noite, como a luz não estraga – pouco bate – “fecha tudo por causa da água que molha”; que essa sim, estraga.


arnon gonçalves