Bravo! 3º Ato

E de repente aconteceu o esperado sonho de estar à beira do rio de seduções: “Não, não vá! Leve-me dentro de suas meias! Que pelo menos eu me suje junto a ti”. O adestrador sentiu raiva da mágica que produziria o tempo em espaços de uma felicidade feminina.
A cadela, agora moça desvendada, correu contra a lona espessa. Sem botar as mãos, empurrou-na contra o peito como se quisesse deixar na memória de todos uma força, que em pernas rígidas, percorrerá os belos caminhos; mal vistos anteontem pelos que se aprisionaram no negro colorido infantil.
Percorrer o desconhecido, empurrada de sorriso a sorriso, fez da jovem um novo aroma a se cheirar pelos novos milagres diante de ti.
Pertencente anteriormente de amores infinitos, vê o Sol e os olhares brilhantes desses novos encontros, formas que não são deles; cores que surgem vindas de algo maior ainda não alcançado.
Girou entre vielas a desvendar tudo aquilo que só vira por detrás de muitas frestas. Viu o que já sentira a tempos, quando deslumbrar-se por alguns, era despir-se por outro alguém: uma forma.
Tapas com carinho – lastros doidos em sua mente. Uma brincadeira do macho à fêmea. Ele estende o braço às costas dela – sempre comportada olhando para outro lado – o cigarro cria uma linha branca à sua esquerda, que se envolve nos giros do castanho cabelo.
Aquilo também existia em seu mundo – olhares que de tudo compreendiam, eram coisas de ser do ser.
A sinceridade parecia algo a não ser dito; o coração virou seu primeiro inimigo?Existia aos outros por somente rir e provar que não falaria; alma cansada de estar em um mundo que lhe pertence. Mas sentiu que dali ela é que não era.Ninguém era! Querer que os outros animais na tenda despissem suas imagens, já não era querer dela; força só para si: espírito em ser novo espírito surge para ser.

arnon gonçalves