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quinta-feira, novembro 16, 2006

Hoje vi um casal na sala de aula. Uma mulher entusiasmada, um homem pacato. Ela – com cabelos castanhos em posição de “rabo de cavalo” – ficava fixa nas explicações envergonhadas dele, sobre algo relacionado ao telefone. Ele não desviava conversa por algo que não conseguisse explicar. Ele podia ser assim mesmo; com cabeça baixa, finalizava os sorrisos nela com porém e afins. Tipo “deve ser, mas tenta dessa forma”.
Ela sempre voltava com um sorriso lento, aconchegado na malícia. Não dele, mas da atração deles serem tão compatíveis durante os anos que se conhecem.
Ela sempre falava baixinho, e alternava entre sorrisos abertos e perversos. Eu não conseguiria palavra melhor para dizer “sorriso no canto da boca”.
Depois ela puxou uma blusa. Tinha alguns desenhos que aparentavam ser de festa. Ele, como cavalheiro que não iria dizer que era ridícula (eu não sei se eu seguraria. Era muito brega), elogiou repetidamente com a cabeça. Mulher normalmente sabe o que nós gostamos. Saí da sala e não vi mais se aquilo teria continuidade.



arnon gonçalves